Folha de pagamento terá acréscimo para prefeito, vice e secretários em Porto Walter. Atualmente, gestor e vice ganham, respectivamente, mais de R$ 10 mil e R$ 7 mil, respectivamente, enquanto secretários recebem pouco mais de R$ 5,5 mil
Dois dias após as eleições municipais de 2024, o prefeito reeleito de Porto Walter, no interior do Acre, Cesar Andrade (PP), sancionou um aumento salarial para todo o primeiro escalão do município, incluindo ele mesmo.
O aumento foi publicado na edição dessa terça-feira (8) do Diário Oficial do Estado após ser aprovado pela Câmara de Vereadores do município com pouco mais de 10,7 mil habitantes.
A folha de pagamento terá acréscimo para prefeito, vice-prefeito e secretários entre 2025 e 2028. Atualmente, o gestor e o vice ganham, respectivamente, mais de R$ 10 mil e R$ 7 mil, respectivamente, enquanto secretários recebem pouco mais de R$ 5,5 mil.
“As despesas decorrentes desta Lei correrão por conta de dotações próprias previstas no Orçamento Municipal”, afirma a publicação.
De acordo com a publicação, os ajustes ficam da seguinte maneira, antes dos descontos:
Prefeito: R$ 10.960,87 (valor atual) ➡️ R$ 15.000,00 (novo valor)
Vice-prefeito: R$ 7.996,61 (valor atual) ➡️ R$ 12.000,00 (novo valor)
Secretários: R$ 5.514,90 (valor atual) ➡️ R$ 8.500,00 (novo valor)
Uma cidade sem carros circulando pelas ruas em pleno século 21, o que para pessoas cansadas do trânsito caótico das grandes cidades seria uma utopia, para a população da cidade Porto Walter era uma realidade. Até pelo menos 2014, a cidade era a única do Brasil sem automóveis.
Mas para como isso é possível é preciso entender a geografia da cidade, que completa 32 anos de emancipação política nesta terça-feira (25). Até setembro de 2022, Porto Walter integrava o grupo de municípios isolados do Acre, que engloba ainda Marechal Thaumaturgo, Jordão e Santa Rosa do Purus.
Nessas cidades só é possível chegar em aviões de pequeno porte ou de barco, opção que pode levar dias, dependendo do nível dos rios que levam até lá . Logo, Porto Walter, até então, com pouco mais de 10 mil habitantes, não possuía acesso por terra e poucas ruas eram asfaltadas.
“Não compensa. Há poucas ruas (asfaltadas) e as estradas de terra são perigosas. A gente leva os filhos para a escola a pé e quando precisa transportar alguma coisa mais pesada freta um carro de boi. Vale mais a pena investir na compra de um barco, porque assim a gente pode seguir pelo rio até Cruzeiro do Sul”, contou ao g1, em 2014, o aposentado Deusdite Barauna Bezerra.
O homem, que chegou a ter dois carros quando vivia na cidade de Cruzeiro do Sul, vendeu os veículos quando se mudou para Porto Walter. De fato, na época, a cidade tinha motos, bicicletas e até mesmo caminhonetes de orgãos públicos, mas o meio de transporte mais comum eram os carros de boi.
Fim do isolamento não durou muito
A situação mudou em setembro de 2022, quando uma estrada de terra de aproximadamente 84 km foi construída entre a cidade e Cruzeiro do Sul.
A abertura da via possibilitou que mais automóveis pudessem circular na pela cidade, ao final daquele ano, a frota da cidade era de 416 veículos, incluindo oito automóveis, conforme estatísticas do Departamento Estadual de Trânsito do Acre (Detran-AC).
Pouco mais de um ano após a abertura da estrada, porém, Porto Walter voltou a perder o acesso terrestre. Dessa vez por força judicial, após o Ministério Público Federal (MPF-AC) ingressar com uma ação questionando os impactos ambientais na Terra Indígena (TI) Jaminawa do Igarapé e a falta de consulta aos povos indígenas da região antes da construção.
Informações: G1 Acre