MDB nunca deveria ter se aliado ao PT da mesma forma como leões jamais se misturariam com hienas
O MDB é um partido histórico e tradicional e seus embates políticos e ideológicos sempre foram contra o PT e a esquerda, no Acre. A “aliança” que ocorreu entre dois partidos tão antagônicos nestas eleições só teve um único prejudicado: o ex-prefeito Marcus Alexandre. Militantes do MDB que andam nas periferias de Rio Branco alertaram os cabeças brancas sobre o perigo da aliança do MDB com o PT perante a população e diversos segmentos da sociedade. Pessoas simples já tinham declarado que não votariam em Marcus Alexandre (que é, de longe, bem mais qualificado que o atual prefeito Bocalom) pelo simples fato de que o PT estava perto dele. Não existe teoria no mundo que explique a ojeriza da população de Rio Branco ao PT, mas ela existe e demonstrou o quanto as lideranças do MDB estavam erradas em patrocinar e defender uma aliança considerada antinatural pela população. Aquiles, ao enfrentar Heitor, filho de Príamo, rei de Tróia, declarou durante a guerra: “leões não se misturam com hienas.”
Petistas não gostaram
Após ouvirem que alguns cabeças brancas debitaram na conta do PT e da esquerda a derrota de Marcus Alexandre à prefeitura de Rio Branco, o vereador eleito André Kamai e o ex-deputado Daniel Zen não gostaram. Emitiram até uma nota conjunta. Se recusam a aceitar o fato de que no Acre e em Rio Branco, o PT praticamente desapareceu. Não elegeu um único prefeito no Estado e em Rio Branco, só elegeu um único vereador – o próprio Kamai – e mais ninguém.
MDB rumo à renovação
O MDB aprendeu que deve se pautar única e exclusivamente pela vontade popular nestas eleições de 2024 e promete se reinventar – e ficar bem longe da Esquerda – pois assim é a vontade soberana do eleitor. Militantes exaltam a liderança do Velho Lobo Flaviano Melo e preferem que o Partido (após a aposentadoria do Velho Lobo da presidência) seja dirigido pelo Deputado Tanízio Sá e Marcus Alexandre, ambos com intenso vigor político. Embora tenha feito só uma prefeitura, o MDB teve mais de 115 mil votos em todo o Estado, nestas eleições de 2024. É um partido tradicional e de milhares de eleitores.
A volta do MDB Raiz
As declarações da velhinha da Sobral, que votou no Velho Lobo Flaviano Melo por mais de quarenta anos, de que prefere o MDB raiz e que afirmou que não votaria no Marcus Alexandre por causa da presença de petistas perto dele, apesar dele ser uma pessoa boa, gentil e que sabe tratar os outros muito bem, deixou alguma cabeças brancas receosos e preocupados. O fato é que ainda existem muitos eleitores idosos do MDB, os chamados militantes tradicionais sem vida partidária, que votam no Partido por causa da tradição e só se manifestam nas eleições. Apesar de votarem na sigla, o exemplo dessa idosa que não gostou nem um pouco com as decisões dos cabeças brancas, em se aliar com o PT nestas eleições, fez com que o Partido começasse a ouvir as ruas e principalmente, seus militantes.
Além da nefasta aliança, houve outros equívocos
Segundo o Blog do Crica, o deputado estadual Tanízio Sá apontou o que seriam os equívocos do partido nestas eleições. Na sua avaliação, o primeiro grande erro partiu do diretório municipal de Cruzeiro do Sul, que quebrou o acordo pelo qual o MDB indicaria o vice na chapa do prefeito Zequinha Lima(PP); e na contrapartida, o PP indicaria o vice na chapa do candidato Marcus Alexandre (MDB). O outro erro para Tanízio de Sá, foi a aliança com o PT e os demais partidos de esquerda, para disputar a prefeitura da capital. “Eu disse várias vezes para o Marcus Alexandre que isso prejudicaria a sua campanha. Não me ouviram. E o prejuízo foi grande”, destacou o parlamentar. O terceiro erro, foi na sua visão a escolha da Marfisa Galvão (PSD) como vice-prefeita na chapa, que não trouxe nenhum somatório para a campanha de Marcus Alexandre. Tanízio defende uma renovação nos quadros do MDB, atraindo lideranças de outros partidos para a eleição de 2026. “Vou terminar minha carreira política no MDB, vou lutar por uma renovação e que o partido não faça qualquer aliança com o PT ou outro partido de esquerda em 2026”, disse Tanízio. O parlamentar se disse disposto a colocar o seu nome como opção para comandar o MDB, neste processo de renovação que defende.
Bem longe
A maioria esmagadora dos militantes MDB querem Vagner Sales, Aldemir Lopes e João Correia, bem longe das principais decisões do Partido nas futuras eleições, é o que apurou o site A Tribuna do Acre. Debitaram na conta do trio de cabeças brancas a derrota do partido nestas eleições.
Foi Gladson e Lula, não Bolsonaro nem Bittar
O maior responsável pela vitória do prefeito Bocalom nestas eleições não foi Bolsonaro nem tampouco Márcio Bittar, seu alardeando guru. Quem deu a reeleição para Bocalom foi nada menos que o governador Gladson Cameli. Se Bocalom pensa que ganhou por possuir carisma ou por ter trabalhado muito na cidade, alguém precisa dizer para ele que o povo de Rio Branco não é burro e nem besta. Bocalom não fez nada durante quase três anos e meio, se envolveu em polêmicas e viajou bastante durante seu primeiro mandato. Se não fosse Gladson, que voltou atrás em sua palavra e liberou geral toda a estrutura do Governo para apoiá-lo e Lula, cujo governo liberou mais de R$ 140 milhões de reais para ele tocar obras na periferia nos 45 minutos do segundo tempo das eleições, talvez o desfecho teria sido outro, totalmente diferente.
O maior líder da Oposição
Sem estrutura, só com a força do seu nome e levando duas âncoras que o puxavam para baixo, Marcus Alexandre saiu grande nestas eleições. Lutou contra duas forças poderosas e ainda tirou quase 65 mil votos. Tem um grande capital político e é um excelente nome para futuras disputas.
Alan Rick fora
Alan Rick está fora dos planos de Bocalom e Márcio Bittar, que sonham em estabelecer um projeto de poder para dominar o Estado por 30 anos. Alan vai precisar se fortalecer, se quiser disputar o Governo. O senador precisa construir pontes que destruiu com seu radicalismo, se não, poderá ser o maior derrotado nas eleições de 2026.