Após uma campanha vitoriosa em 2024 impulsionada principalmente pelo apoio cabal do governador Gladson Cameli, o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, parece estar traçando um novo rumo político, afastando-se de seus aliados. Em recente declaração ao Jornalista Roberto Vaz, no Bar do Vaz, ele deixou claro que não tem compromisso com o senador Alan Rick, que havia atuado como um de seus apoiadores durante a campanha. Ao manifestar seu posicionamento, Bocalom evidenciou uma mudança de postura ao afirmar que “Alan fez o que estava ao seu alcance”, mas que não se comprometeu a longo prazo com ele. O prefeito destacou que seu verdadeiro apoio vai para o governador Gladson e o senador Marcio Bittar, já de olho nas eleições de 2026.
Essa mudança de posicionamento tem chamado a atenção de observadores políticos, especialmente por ocorrer em um momento em que Alan Rick já articula sua possível candidatura ao governo do Acre. A fala de Bocalom, de que não possui nenhum compromisso com o senador, sinaliza que a aliança construída durante a campanha de 2024 pode estar com os dias contados. A relação, que antes parecia sólida, agora dá lugar a um jogo político mais estratégico, onde Bocalom demonstra que seu apoio estará reservado para aqueles que melhor se alinham com seus planos futuros, incluindo a candidatura de Bittar ao Senado.
Além de afastar-se de Alan Rick, Bocalom também tem dado indícios de que sua ambição política vai além da prefeitura de Rio Branco. Embora afirme que está focado em concluir seu mandato como prefeito, ele não esconde seu desejo de disputar o governo estadual. Em uma de suas declarações, o prefeito disse que “sonha em ser governador”, mas que respeitará o tempo e o desejo da população. Isso demonstra que, apesar de sua ambição, ele entende a importância de manter uma imagem de político comprometido com os cargos que ocupa.
Outro ponto delicado é o possível impacto dessa movimentação para a vice-governadora Mailza Assis. Até então considerada uma possível sucessora natural de Gladson, Mailza agora enfrenta a concorrência direta de Bocalom. Ao admitir que ela também tem o direito de postular o governo, o prefeito não descarta a possibilidade de uma disputa acirrada dentro da base governista, o que poderia resultar em um confronto político entre aliados em 2026. A postura traiçoeira de Bocalom no pós eleição, segundo articuladores políticos, segue a cartilha do ex-comunista e atual senador Márcio Bittar, considerado por políticos acreanos como muito “astuto e maquiavélico” quando se trata de alcançar seus objetivos políticos. Em entrevista ao jornalista Luciano Tavares, o Velho Lobo Flaviano Melo já o classificou como um “traidor”.
Nao obstante, centro de todas essas manobras, Bocalom tem mostrado que aprendeu os ensinamentos de seu guru, Márcio Bittar, de distanciar-se de compromissos antigos, ao mesmo tempo em que constrói novas alianças para alimentar seu apetite político desordenado. O que antes parecia ser uma relação de gratidão e lealdade a seus principais apoiadores, agora se transforma em um cálculo maquiavélico sobre quem melhor poderá ajudá-lo a alcançar seus objetivos futuros.