“Esses enfermeiros não podem exercer a enfermagem em nenhum lugar da Austrália, em nenhum contexto.”

Os enfermeiros da área de Sydney foram suspensos da prática médica na Austrália na quinta-feira após a proliferação viral de uma conversa em vídeo na qual elas alegavam ter assassinado israelenses e ameaçavam assassinar mais, de acordo com declarações do Ministro da Saúde Mark Butler e do Conselho de Enfermagem e Obstetrícia de Nova Gales do Sul.

O conselho de enfermagem suspendeu o registro de Ahmad Rashad Nadir e Sarah Abu Lebdeh, o que, de acordo com Butler, significava que “ os dois enfermeiros não podiam exercer a enfermagem em nenhum lugar da Austrália, em nenhum contexto”.

“Os australianos têm o direito de se sentir seguros onde quer que vão e nenhum lugar deve ser mais seguro do que um hospital. Os profissionais de saúde têm o dever solene de tratar e curar todos que vêm até eles precisando de ajuda. A esmagadora maioria mantém esse juramento”, disse Butler. “A ideia de que você destacaria um grupo específico em nossa comunidade e indicaria que não se importaria com eles, muito menos ameaçaria ativamente suas vidas, vai contra todos os princípios do nosso sistema de saúde. Seus comentários repugnantes — e o ódio que os sustenta — não têm lugar em nosso sistema de saúde e em nenhum lugar da Austrália.”

O conselho de enfermagem disse que tomou a decisão para manter a confiança do público na profissão. A decisão pode ser apelada perante o Tribunal Civil e Administrativo de NSW.

A Força Policial de NSW continuou sua investigação sobre as enfermeiras, mas uma pequena controvérsia surgiu sobre as comunicações entre a polícia e o professor de inglês israelense e influenciador de mídia social a quem as enfermeiras desejaram a morte. De acordo com a Sky News, a comissária de NSW Karen Webb declarou na quinta-feira que Max Veifer falhou em fornecer a filmagem completa e não editada de seu bate-papo aleatório com Nadir e Abu Lebdeh. 

Veifer disse na quinta-feira à noite que não tinha nada a esconder e publicou um vídeo mais longo nas redes sociais. Ele se ofereceu para enviá-lo às autoridades se elas o notificassem sobre para onde enviar o material. A Sky News obteve uma mensagem de texto de Veifer que indicava que a polícia havia enviado apenas ao influenciador das redes sociais um link para seu site, em vez de um e-mail.

A polícia de NSW atualizou na sexta-feira que havia “fornecido os detalhes de contato corretos ao influenciador no centro desta investigação” e que as discussões com Veifer estavam em andamento.

Imagens adicionais mostram que, depois que Nadir disse que Veifer acabaria sendo morto e iria para o inferno por ser israelense, o influenciador perguntou à enfermeira o que ele achava que o mataria.

“Porque, se Deus quiser, um dia Deus irá…” Nadir parou de falar. 

Quando Veifer sugeriu que talvez fosse porque ele havia servido no exército, Nadir disse que essa era “definitivamente a resposta”.

Abu Lebdeh alegou que havia matado pessoas inocentes, mas Veifer argumentou que ele havia protegido seu país. Veifer disse que pessoas morrem em guerras, e que o lado oposto havia começado a Guerra Israel-Hamas.

“Quem elegeu o Hamas?”, perguntou Veifer.

Quando perguntado se eles tratariam os israelenses em seu hospital, Abu Lebdeh disse: “Não vou tratá-los, vou matá-los”.

Ao fazer a pergunta novamente e observar que “Deus me livre” e que os israelenses precisam procurar ajuda em um hospital, Abu Lebdeh interrompeu: “Deus me livre, espero em Deus”.

“Você não tem ideia de quantos cachorros de merda israelenses vieram para este hospital, e eu os mandei para o inferno”, disse Nadir, fazendo um movimento de cortar a garganta. “Eu literalmente os mandei para o inferno.”

Abu Lebdeh riu dos comentários do colega.

Quando Veifer perguntou se “apenas judeus” vinham para tratamento, Nadir pareceu ter desligado a ligação.