Um grupo de camelôs está correndo sérios riscos de perder seus boxes após receberem uma notificação da Empresa de Minas Gerais por nome Elite Participações e Patrimônio,que administra o Shopping Aquiri, contratada pela gestão do prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom.
De acordo com informações publicadas no Diário Oficial, a empresa estabelece que “existe um prazo para regularizar a situação dos estandes com débitos vencidos há mais de 90 dias. Após cinco dias úteis da publicação, o processo de retomada será iniciado”, conforme mencionado na notificação.
A notícia caiu como uma bomba no meio dos camelôs e aterrorizou trabalhadores com mais de 30 anos de concessão. Informações compartilhadas pelos trabalhadores ao site “A Tribuna do Acre” sugerem que a empresa supostamente arrecada mais de R$ 120 mil por mês com cobranças por metro quadrado de aluguel. Os camelôs demonstram grande insatisfação com a falta de iniciativas da empresa de Minas Gerais para atrair clientes para o Shopping Aquiri. O baixo movimento de lojas no shopping tem causado muita dor de cabeça aos camelôs.
“Esta é a notificação que eles entregaram hoje, visitando cada estande. São 120 pais de família envolvidos. Foi publicada no Diário Oficial ontem, no dia 05, com um prazo de cumprimento de cinco dias úteis. Aqueles que possuem dívidas pendentes por mais de 90 dias terão a oportunidade de quitá-las, caso contrário, seus espaços serão retomados. Alguns pais de família trabalharam aqui por toda a vida, com mais de 30 anos de concessão, e essa empresa de Minas Gerais ganha R$ 120 mil por mês, mas não investe em infraestrutura, atrações ou melhorias no shopping. Se houvesse mais movimento e clientes, todos poderiam pagar, especialmente em meio à crise financeira que todos enfrentam agora”, lamentou um dos camelôs, que preferiu não se identificar, com medo de perseguição por parte da Prefeitura.
Além disso, os trabalhadores criticaram a Prefeitura de Rio Branco, argumentando que o prefeito Bocalom nunca visitou os camelôs e pediram aos órgãos de controle, à Câmara Municipal e à própria Prefeitura que fiscalizem rigorosamente a empresa de Minas Gerais, alegando que ela “apenas lucra sem fazer nada”. Eles também enfatizaram a necessidade de criar um Conselho Consultivo para supervisionar as operações.
“A Lei Complementar 210, promulgada em janeiro deste ano, prevê a criação do Conselho Consultivo, que deve fiscalizar as ações dessa empresa, com a participação dos próprios lojistas. Infelizmente, estamos entregues à própria sorte, sem apoio. Gostaríamos que a Prefeitura olhasse para essas famílias trabalhadoras que correm o risco de perder seus estandes”, concluiu.