A recente fala do prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, durante um evento com estudantes de Engenharia Civil da Universidade Federal do Acre (UFAC), gerou indignação entre engenheiros e instituições ligadas à categoria e ainda continua rendendo. O prefeito fez duras críticas aos profissionais, afirmando que já ordenou a paralisação de obras por discordar da execução e alegando que “em alguns casos, estagiários seriam mais comprometidos que engenheiros formados”. O tom das declarações foi considerado, por muitos, desrespeitosas e deselegantes.
Em meio a uma plateia formada majoritariamente por estudantes da área, Bocalom chegou a afirmar que “gosta de deixar os engenheiros doidinhos com suas exigências nas obras”. Tal postura foi interpretada pelas entidades representativas como uma afronta ao trabalho técnico e à experiência dos engenheiros. A fala não apenas feriu a imagem dos profissionais, mas também foi vista como uma desmotivação para os estudantes que se preparam para contribuir com o desenvolvimento do município e do estado.
O Sindicato dos Engenheiros do Acre (Senge-AC) publicou uma nota de repúdio, condenando a postura do prefeito. No comunicado, o sindicato ressalta que as declarações do prefeito desconsideram “os critérios técnicos e a experiência de profissionais qualificados que dedicam suas carreiras a garantir a segurança e a eficácia das construções e serviços que beneficiam a sociedade”.
A crítica foi ainda mais incisiva em uma nota conjunta assinada pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Acre (CREA-AC) e pela Coordenação de Engenharia Civil da UFAC, na qual as instituições destacam que as palavras do prefeito não só “comprometem a imagem e a dignidade dos Engenheiros Civis perante a sociedade”, mas também representam uma desvalorização do exercício profissional e das diretrizes técnicas seguidas pela categoria. A declaração conjunta enfatiza o impacto negativo das palavras de Bocalom sobre os estudantes presentes no evento, afirmando que elas geram um efeito constrangedor e desmotivador nos futuros engenheiros.
As entidades solicitam uma retratação pública do prefeito, defendendo o respeito à profissão e aos profissionais que atuam em prol da sociedade. A nota conjunta cobra “respeito igualitário ao que lhe dedicamos, como gestor público”, e reforça a expectativa de que Bocalom reconheça publicamente a importância da Engenharia Civil e dos profissionais que desempenham essa função com seriedade e competência.
A fala do prefeito Tião Bocalom reflete, segundo as entidades, uma postura de desprestígio e descaso pela profissão e pelos profissionais da Engenharia Civil, elementos fundamentais para o progresso do município.