Os prejuízos iniciais são da ordem de R$ 535 milhões
Membros do Conselho de Desenvolvimento Rural e Florestal Sustentável (CDRFS), reuniram nesta quarta-feira, 20, na sede da Secretaria de Estado de Agricultura (SEAGRI), para discutir os impactos das enchentes de 2024, que atingiram 20 municípios do Acre.
A reunião foi conduzida pelo presidente do Conselho, secretário de Estado de Agricultura, José Luis Schafer, que apresentou relatório preliminar com números levantados pela equipe técnica da Seagri com as perdas de produção na área rural. “Até agora temos um valor estimado de perdas da ordem de R$535.788.402, e mais de 11 mil famílias atingidas pelas enchentes na área rural, com prejuízos nas culturas da mandioca, banana, pastagem, melancia, milho, café, pequenas criações, hortaliças, entre outros. Esses números tendem a aumentar a medida em que fazemos as avaliações nos municípios, o trabalho do Conselho é fazer esse levantamento e buscar soluções juntos às instituições públicas, vários órgãos estão desenvolvendo ações para amenizar os danos dos produtores, e entendo que o papel do Conselho também é juntar esses atores e unirmos forças para apresentar soluções que realmente consigam ajudar a amenizar a situação de quem perdeu sua produção”, explicou o secretário.
O levantamento feito pela Diretoria de Pesquisa, Tecnologia e Inovação do Agronegócio e Divisão de Dados Estatísticos da Seagri detalha perdas na área rural de Assis Brasil, Brasiléia, Xapuri, Capixaba, Epitaciolândia, Feijó, Tarauacá, Cruzeiro do Sul, Jordão, Manoel Urbano, Marechal Thaumaturgo, Porto Acre, Plácido de Castro, Porto Walter, Rio Branco, Rodrigues Alves, Sena Madureira.
O presidente do Sistema OCB, Valdemiro Rocha, esteve presente na reunião e destacou a atuação do governo do Estado na alagação e mais precisamente a ação coordenada pela Seagri para prestar socorro e assistência as famílias atingidas pelas cheias dos rios nos municípios. “É importante a gente fazer esse reconhecimento da atuação do governo e mais precisamente da equipe do secretário Tchê, porque agiram para prestar assistência aos nossos produtores rurais e ribeirinhos e agora estão liderando nesse Conselho, a busca por soluções para amenizar os danos”, enfatizou.
Valdemiro Rocha também sugeriu diálogo juntos às cooperativas de crédito sobre linhas de crédito que possam ajudar esses produtores afetados pela alagação de 2024.
Entre as propostas discutidas está a formalização de documento que será dirigido às instituições bancárias orientando para a renegociação de dívidas; bem como à Secretaria de Estado de Fazenda solicitando possível isenção de tributos e taxas aos produtores atingidos, e linha de crédito mais flexível para os produtores.
O presidente da Fetacre, Sergione Paiva, sugeriu que seja pensado uma ação emergencial para ajudar os produtores rurais. “É muito importante participar desse Conselho que tem em sua composição diversas instituições discutindo os problemas causados pelas enchentes para nós da agricultura familiar, nele podemos tirar os encaminhamentos e ter acesso a esses dados, e a boa vontade do Estado de poder ajudar a recompensar ou restaurar a propriedade para uma nova produção da safra.
“Nós podemos construir junto com o estado, com a nossa Confederação Nacional da Agricultura, verificar experiências que a nossa Confederação, a Contag, já ajudou a tratar em outros estados onde aconteceram desastres como o do Acre com as enchentes, para que a gente possa buscar um caminho e darmos uma resposta rápida a esses produtores que hoje estão se perguntando como é que vão pagar o financiamento, como é que vão sobreviver até conseguirem produzir uma nova safra, como é que fica a subsistência dessas famílias. Então, esse diálogo com o governo é para tentar ajudar o máximo possível esses produtores que estão nessa situação, é de fundamental importância”, disse.
Texto: Andréia Oliveira
Fotos: Alice Hainã
Notícias Relacionadas
20 de novembro de 2024