A corrida eleitoral em Rio Branco ganha contornos nítidos de contraste entre poder econômico e mobilização popular. De um lado, o atual prefeito Tião Bocalom tem impressionado com suas imponentes carreatas. Já foram três grandes eventos motorizados, mobilizando dezenas de veículos e exalando a força financeira de sua campanha. Em um momento em que a gasolina no estado do Acre figura entre as mais caras do país, chegando a custar quase R$ 7,20 por litro, a ostentação dessas carretas não passa despercebida.
Bocalom e Alyson Bestene ostentam carreata gigante na Baixada da Sobral/Foto: redes sociais
Por outro lado, Marcus Alexandre e adversário de Bocalom, opta por uma abordagem mais simples e direta: as caminhadas a pé. A pé, ele tem percorrido bairros periféricos e comunidades, conversando com moradores e sentindo de perto as necessidades da população. Esse contato direto é uma marca registrada da campanha de Marcus, que busca se conectar com o povo de uma forma genuína, em meio às dificuldades e desigualdades que marcam o dia a dia das periferias de Rio Branco.
Marcus Alexandre faz sua campanha simples, visitando bairros periféricos e zona rural/Foto: redes sociais
A disparidade entre as campanhas não poderia ser mais evidente. Enquanto Bocalom exibe seu poderio econômico com eventos que envolvem logística pesada e consumo de combustível caro, Marcus aposta na força das pessoas e na simplicidade. Ele aparece, literalmente, caminhando junto ao povo, com o intuito de mostrar que a mudança que deseja trazer vem de baixo, do contato direto com aqueles que mais precisam.
Essa diferença de estilos reflete não só as estratégias políticas, mas também os valores e prioridades dos candidatos. O uso exacerbado de recursos financeiros em uma época de crise, quando o preço da gasolina pesa no bolso do cidadão comum, levanta questões sobre a real conexão entre a elite política e a população que busca representar.