A região centro-sul do Brasil vai enfrentar altas temperaturas nos próximos dias. Isso porque uma “bolha de calor” formada no Paraguai e norte da Argentina se aproxima do país. Na capital paulista, por exemplo, espera-se uma sensação térmica de 37ºC.
O que é uma bolha de calor?
O fenômeno também é chamado de “domo de calor”, já que o funcionamento se assemelha ao formato de um domo. Ele começa quando uma massa de ar quente é formada em uma área de alta pressão atmosférica, ou seja, onde a coluna de ar é maior e portanto “mais pesada”.
A massa de ar naturalmente se expande de forma vertical. Isso bloqueia a chegada de frentes frias. Como a massa de ar está em uma região de alta pressão atmosférica, o ar quente fica “preso” mais próximo da superfície. Segundo a MetSul, é como se essa pressão agisse como uma tampa de panela.
Esse sistema provoca pouca nebulosidade e os raios solares potencializam o calor na região. O fenômeno pode permanecer por dias ou semanas, até que uma frente fria seja capaz de interferir no seu funcionamento.
Estudos sugerem que a mudança climática tem influenciado a intensidade e a duração dessas ondas de calor ao redor do mundo, segundo a MetSul.
E como ela afeta o Brasil?
O centro de um sistema como esse foi identificado se formando entre o Paraguai e o norte da Argentina. Lá, os termômetros poderão alcançar marcas de 43ºC a 45ºC. Como a massa de ar quente se expande verticalmente, ela atinge as regiões vizinhas, onde estão os estados do centro-sul do Brasil.
As partes do país mais afetadas são: o oeste da região Sul, sudoeste de Mato Grosso do Sul e oeste de São Paulo. O ar quente e seco também vai atingir o sul de Mato Grosso, o Triângulo Mineiro e o interior de São Paulo. Segundo a MetSul, a onda de calor será “muito intensa e prolongada”
Mato Grosso do Sul deve sofrer mais com a “bolha de calor”. Há previsão de máximas acima de 37ºC em grande parte das cidades. Em algumas, podem chegar a 40ºC até o fim do verão, segundo a MetSul. O calor excessivo deve se estender ao sudoeste de Mato Grosso e a parte de Goiás.
No Sudeste, o interior de São Paulo deve terminar o verão com calor intenso. Registros acima de 35ºC serão comuns em grande parte da cidades, com máximas ao redor de 40ºC em algumas, de acordo com a MetSul. Na capital paulista, o calor deve persistir quase até o fim do verão.
A cidade do Rio também terá “tardes de calor extremo para março”, com máximas próximas de 40ºC por vários dias, diz a MetSul.
As temperaturas elevadas devem seguir nas regiões até, pelo menos, o dia 15 de março, segundo a Climatempo. Em algumas áreas, a onda de calor será “prolongada” —ao menos dez dias— e o calor excessivo pode se estender até o fim do verão, indica a MetSul.
O que fazer?
Beba água. No calor, as pessoas suam mais e perdem substâncias que são importantes para a manutenção do organismo —o que pode levar a problemas renais. Bebidas geladas podem ajudar o corpo a se resfriar e são recomendadas.
Evite bebidas alcoólicas. Elas inibem a produção do hormônio antidiurético, o que causa efeito contrário: facilita a desidratação. Se optar por consumir, reveze com a ingestão de água.
Evite a exposição ao sol nos horários mais quentes. Sob altas temperaturas, o calor interno aumenta a vasodilatação e isso pode diminuir ainda mais a pressão e aumentar riscos de tonturas e desmaios.
Cuidado com os exercícios físicos. Atividades físicas podem ser feitas, mas devem ser evitadas nos horários mais quentes. Fazer exercícios produz calor, e isso pode gerar danos à saúde. Prefira horários de temperaturas mais amenas.
Prefira comidas leves e evite gorduras. Legumes, vegetais e frutas devem ser consumidos porque têm água na composição, o que auxilia na hidratação do corpo. Já alimentos mais pesados geram ainda mais calor.
Use roupas frescas e protetor solar. Prefira peças claras e de tecidos respiráveis. O uso de chapéu, boné, protetor solar e óculos de sol também é recomendado